Frei Gilvander Luís Moreira Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA/BH e no Seminário da Arquidiocese de Mariana, MG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina Adital "Se me matam, ressuscitarei na luta do povo salvadorenho!" Estive em El Salvador, de 13 a 17/04/2009 participando de um Encontro de Justiça de Paz (e integridade de toda a Criação) da Ordem dos Carmelitas. Tive o sentimento que ao pisar em solo salvadorenho, o Deus da vida cochichava nos meus ouvidos: "Tire as sandálias, pois estás pisando em um lugar sagrado." Assim foram os 5 dias que lá estive. Voltei ao Brasil profundamente marcado. Nunca vi uma terra tão banhada pelo sangue dos mártires. Fotos de El Salvador. Eu, frei Gilvander L. Moreira, partilho com você a emoção de uma visita. |
24/03/2012: 32 anos do martírio de Dom Oscar Romero: um profeta que não temeu as ameaças de morte
Batalha contra a mineração e as hidrelétricas faz a terceira vítima fatal
Natasha Pitts Jornalista da Adital Adital O jovem indígena Franklin Javilla, da comunidade de Chichica, foi baleado pela Polícia em 5 de fevereiro durante manifestação em Tolé contra a instalação de hidrelétricas e projetos de mineração na Comarca Ngöbe Buglé. Ele faleceu na noite da última terça-feira (20), no Hospital Ricardo Fábrega, de Santiago de Veraguas, quando passava por uma cirurgia para amputar a perna baleada. A morte do indígena acontece em meio à aprovação do projeto que regularizará as concessões mineiras e hídricas no país, ocorrida ontem (22). Após 45 dias de muitos embates, o Projeto de Lei 415 modificará o código mineiro, cancelando-os na Comarca Ngöbe Buglé. Por outro lado, os projetos hidrelétricos continuarão sendo executados sem nenhuma proteção aos territórios indígenas, o que desagradou aos indígenas e geraram várias mobilizações. Franklin foi o terceiro indígena morto em Chiriquí e áreas próximas no marco da luta contra a mineração e as hidrelétricas na Comarca. Os indígenas também denunciam o falecimento de Jerónimo Rodríguez Tugrí e Mauricio Méndez. Atenção médica era um dos pontos exigidos pelos indígenas Ngöbe Buglé para retomar o diálogo com o Governo. Após conseguir esta demanda, que foi registrada no Pacto de San Lorenzo, Franklin e outros feridos durante as manifestações de fevereiro foram levados para hospitais e receberam atendimento médico. Para mostrar todo o descontentamento com a morte do jovem e com o desrespeito aos direitos territoriais dos Ngöbe Buglé, um grupo de indígenas decidiu entrar em greve de fome. A decisão também é uma forma de mostrar repúdio à violação dos direitos das mulheres e pedir a defesa dos direitos da juventude. Os indígenas não pretendem deixar a greve de fome até que a vitória de seu povo seja sacramentada e proclamam "morte ou nossa terra livre de mineração e hidrelétrica". Ainda ontem (22), Dia Mundial da Água, uma manifestação saiu pelas ruas de Santiago de Veraguas a fim de deixar uma mensagem de defesa dos recursos naturais do Panamá e em especial do rio Santa Maria, onde serão instalados seis projetos hidrelétricos. Também foi uma oportunidade para denunciar as violações aos direitos humanos dos indígenas e dos defensores/as do meio ambiente durante os protestos realizados em fevereiro. A batalha indígena que segue por quase dois meses reivindica a suspensão da construção da hidrelétrica de Barro Blanco, o cancelamento de outras três mega obras programadas para serem executadas em território indígena, a criação de um Regime Especial para a Proteção dos Recursos Minerais, Hídricos e Ambientais destes povos, a proibição de que no futuro a Comarca Ngöbe Buglé possa sediar empreendimentos mineiros e hidrelétricos e a garantia de consultas livres e prévias quando se cogitar realizar projetos de infraestrutura em territórios Ngöbe Buglé. Com informações de agências |